A dor na relação sexual, conhecida clinicamente como dispareunia, é uma condição que afeta muitas mulheres em diferentes fases da vida. Essa dor pode ocorrer antes, durante ou após a penetração vaginal, variando em intensidade e duração.
A dispareunia afeta significativamente a qualidade de vida e a saúde sexual das mulheres. E, além disso, muitas vezes é negligenciada por profissionais de saúde.
Continue lendo para entender.
Sumário
- Qual é o médico que trata da dor na relação sexual?
- Dor genito-pélvica – Critérios Diagnósticos
- Vaginismo
- Vulvodínia
- Está com dor na relação sexual?
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Qual é o médico que trata da dor na relação sexual?
O médico mais capacitado para tratar da dor na relação sexual é o ginecologista especialista em Sexualidade Humana, ou seja, o Sexólogo.
A Dra. Giulia Cerutti é médica ginecologista e sexóloga, experiente no acompanhamento de mulheres com queixas sexuais. Assim, se o seu problema é falta de libido, a Dra. Giulia pode te ajudar!
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Dor genito-pélvica – Critérios Diagnósticos
Se você já teve dor na relação sexual, não significa necessariamente que você tem um problema. A dor na relação sexual só é um problema quando ela se classifica como dor genito-pélvica.
Para dor na relação sexual ser classificada como dor genito-pélvica, a mulher precisa ter pelo menos um dos sintomas abaixo.
Porém, não basta apenas ter o sintoma. Este sintoma deve causar importante stress ou dificuldade interpressoal. Além disso, deve persistir por pelo menos seis meses, e deve ocorrer em pelo menos metade das tentativas de relação sexual. O sintoma pode ser um dos seguintes:
- Incapacidade de ter penetração
- Dor importante durante a penetração
- Medo de ter penetração
- Tensão ou contração da musculatura do assoalho pélvico durante a penetração
Para facilitar a leitura, separaremos a dor genito-pélvica em dois tipos: vaginismo e vulvodínia.
Vaginismo
O vaginismo é uma condição caracterizada pela contração involuntária dos músculos do assoalho pélvico ao redor da abertura vaginal, tornando a penetração vaginal dolorosa ou impossível.
Essa resposta muscular involuntária é um reflexo condicionado, muitas vezes relacionado a fatores emocionais e psicológicos. Traumas passados, como abuso sexual ou experiências dolorosas anteriores, podem resultar em medo e ansiedade em relação à penetração vaginal.
Além disso, crenças culturais e religiosas que consideram o sexo como algo vergonhoso ou pecaminoso também podem contribuir para a resposta de contração involuntária, causando dor na relação sexual.
Diagnóstico de Vaginismo
O diagnóstico de vaginismo é geralmente clínico e baseado no histórico da paciente e em um exame físico.
Durante a avaliação, o médico pode observar a contração involuntária dos músculos vaginais quando tenta inserir um espéculo ou mesmo um dedo. O relato da paciente sobre sua experiência de dor na relação sexual e dificuldade com a penetração é fundamental para o diagnóstico.
Em alguns casos, pode ser necessária a exclusão de outras condições médicas que possam causar dor durante a relação sexual. É o caso, por exemplo, da atrofia genital, líquen escleroso, endometriose, cirurgias ginecológicas prévias, radioterapia pélvica prévia, etc.
Causas do Vaginismo
As causas do vaginismo podem ser multifatoriais e frequentemente envolvem uma combinação de fatores físicos e psicológicos. Algumas das principais causas incluem:
- Experiências Traumáticas: Abuso sexual ou outras experiências anteriores de dor na relação sexual.
- Fatores Psicológicos: Medo de dor, ansiedade, depressão e fobias relacionadas ao sexo.
- Condições Médicas: Infecções vaginais, endometriose, cistite intersticial, líquen escleroso e outras condições ginecológicas.
- Fatores Culturais e Religiosos: Crenças e tabus sobre sexualidade que podem gerar culpa e medo.
O Ciclo Vicioso da Dor
O vaginismo é uma condição que envolve contrações involuntárias dos músculos ao redor da vagina, tornando a penetração dolorosa ou impossível.
Esse quadro muitas vezes desencadeia um ciclo vicioso de dor, onde o medo da dor leva à tensão muscular, o que por sua vez aumenta a dor durante a penetração. Essa dor reforça ainda mais o medo e a ansiedade, alimentando o ciclo.
Quebrar esse ciclo exige paciência, compreensão e apoio profissional adequado.
Tratamento do Vaginismo
O tratamento do vaginismo é multidisciplinar e pode incluir fisioterapia pélvica e psicoterapia.
A fisioterapia do assoalho pélvico pode ser altamente eficaz no tratamento do vaginismo. Técnicas de relaxamento e fortalecimento muscular, junto com a utilização de dilatadores vaginais, ajudam a descondicionar a resposta de contração involuntária.
A psicoterapia é frequentemente utilizada para tratar o vaginismo. As abordagens psicoterapêuticas podem incluir a psicanálise e a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).
A psicanálise pode ajudar uma paciente com vaginismo ao explorar conflitos inconscientes relacionados à sexualidade e traumas passados.
Ao trazer esses conteúdos à consciência e trabalhá-los, a paciente pode entender melhor suas emoções e comportamentos, promovendo uma resposta mais relaxada à intimidade sexual.
A TCC ajuda a paciente a identificar e modificar pensamentos negativos e ansiedades relacionadas ao sexo. Além disso, a terapia de dessensibilização progressiva pode ser usada para reduzir gradualmente o medo da penetração.
A dessensibilização progressiva é uma técnica terapêutica utilizada para tratar fobias e ansiedades relacionadas a situações específicas, como o vaginismo.
Nesse contexto, envolve gradualmente expor a pessoa a estímulos relacionados à penetração vaginal, começando com etapas menos invasivas e avançando conforme a pessoa se sente mais confortável.
O objetivo é reduzir a resposta de ansiedade e medo, permitindo que a pessoa se acostume progressivamente com a ideia e a sensação da penetração.
Vulvodínia
A vulvodinia é uma condição de dor crônica na vulva, especialmente na entrada da vagina, sem causa aparente. A dor pode ser constante ou intermitente, e pode ocorrer espontaneamente ou em resposta ao toque, pressão ou atividades como:
- Relação sexual
- Andar de bicicleta
- Sentar por longos períodos
- Usar calças jeans
- Passar papel higiênico
Causas da Vulvodínia
A causa exata da vulvodinia é desconhecida, mas vários fatores físicos podem contribuir para a condição, incluindo:
- Neuropatia: Danos ou disfunções nos nervos que inervam a vulva.
- Inflamação: Processos inflamatórios crônicos na área vulvar.
- Alterações Hormonais: Flutuações hormonais que afetam a mucosa vulvar.
- Infecções: História de infecções vaginais recorrentes ou mal tratadas.
Os fatores psicológicos, como ansiedade, depressão e histórico de abuso, também podem influenciar a percepção da dor e a gravidade dos sintomas. A dor crônica frequentemente leva a um ciclo vicioso de dor e sofrimento emocional, agravando ainda mais a condição.
Diagnóstico de Vulvodínia
O diagnóstico de vulvodinia é baseado na exclusão de outras causas de dor vulvar, como infecções, dermatoses ou condições neoplásicas.
O médico realizará uma história clínica detalhada e um exame físico completo, incluindo testes de toque com um cotonete para localizar pontos específicos de dor. A duração da dor sem causa identificável é um critério essencial para o diagnóstico de vulvodinia.
Tratamento da Vulvodínia
O tratamento da vulvodinia é complexo e deve ser personalizado, frequentemente requerendo uma abordagem multidisciplinar que pode incluir medicamentos, fisioterapia e suporte psicológico.
Entre os medicamentos utilizados, podemos citar antidepressivos tricíclicos, anticonvulsivantes e anestésicos tópicos, para aliviar a dor. Em alguns casos, bloqueios nervosos podem ser indicados.
A fisioterapia do assoalho pélvico pode ajudar a aliviar a dor associada à vulvodinia, utilizando técnicas de biofeedback, massagens e exercícios específicos para melhorar a função muscular e reduzir a dor.
A terapia cognitivo-comportamental pode ser benéfica para ajudar as pacientes a lidar com a dor crônica e os aspectos emocionais associados à vulvodinia. Técnicas de manejo do estresse e terapia de dessensibilização também podem ser úteis.
Está com dor na relação sexual?
Olá! Sou a Dra. Giulia Cerutti, médica ginecologista, especializada em oncologia ginecológica e sexologia.
Realizo atendimentos em ginecologia para mulheres de todas idades. Atuo na prevenção, diagnóstico e tratamento das mais diversas doenças ginecológicas. Além disso, faço acompanhamento de mulheres com as mais diversas queixas sexuais, incluindo dor na relação sexual.
Busco dar um atendimento individualizado e que atenda às minhas pacientes de maneira integral, com avaliação não somente da sua saúde física, mas também da sua saúde mental. Comigo, você terá participação na decisão de seu tratamento.
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