O Que é a Vaginose Bacteriana?

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Dra Giulia Cerutti

Médica ginecologista

A vaginose bacteriana (VB) é uma infecção vaginal comum que afeta muitas mulheres. Ela ocorre quando há um desequilíbrio das bactérias que normalmente vivem na vagina.

A vagina é naturalmente habitada por um grupo de bactérias, algumas “boas” e outras “más”. Quando a proporção dessas bactérias se altera, favorecendo as “más”, surge a vaginose bacteriana.

Qual médico trata da vaginose bacteriana?

O médico que trata da vaginose bacteriana é o ginecologista.

A Dra. Giulia Cerutti é ginecologista com ampla experiência no tratamento de corrimentos vaginais, inclusive a vaginose bacteriana, e já ajudou diversas mulheres com esta condição.

Formada em Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo e em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital Pérola Byington, a Dra. Giulia tem mais de 10 anos de experiência cuidando da saúde íntima de mulheres de várias idades.

Dra. Giulia Cerutti - Ginecologista

Veja algumas opiniões de pacientes que já se consultaram com a Dra. Giulia:

Sumário

Sintomas da Vaginose Bacteriana

Nem todas as mulheres com vaginose bacteriana apresentam sintomas. No entanto, quando os sintomas aparecem, eles podem incluir:

  1. Corrimento Vaginal Anormal: O corrimento associado à VB é frequentemente branco ou cinza e tem uma consistência fluida, bolhosa. Ele costuma ser mais abundante do que o corrimento vaginal normal.
  2. Odor Desagradável: Um dos sinais mais característicos da VB é um odor vaginal forte, muitas vezes descrito como “cheiro de peixe”. Esse odor pode se intensificar após a relação sexual.

corrimento é normal
A VB é caracterizada por um corrimento branco, amarelado ou acinzentado, bolhoso, com “cheiro de peixe”.

O Que Causa a Vaginose Bacteriana?

Como dito anteriormente, a VB é causada por um desequilíbrio entre as bactérias “boas” e “más” que vivem na vagina, resultando em um aumento do pH vaginal acima do normal, que geralmente é ácido (cerca de 3,8 a 4,5).

Esse aumento do pH cria um ambiente favorável para o crescimento excessivo das bactérias “más”.

Vários fatores podem predispor uma mulher a desenvolver vaginose bacteriana, ao aumentar o pH vaginal. Aqui estão os principais fatores predisponentes:

Duchas vaginais: As duchas vaginais são práticas que envolvem lavar o interior da vagina com água ou outras soluções. Elas podem alterar o equilíbrio bacteriano natural da vagina, eliminando as bactérias “boas” que mantêm o ambiente vaginal ácido e protegido contra infecções. Como resultado, as duchas aumentam o pH vaginal, tornando a mulher mais suscetível à vaginose bacteriana.

Relações sexuais desprotegidas: O sêmen tem um pH alcalino e, durante a relação sexual desprotegida, ele pode aumentar temporariamente o pH vaginal. A frequência de relações sexuais desprotegidas pode, portanto, predispor as mulheres à vaginose bacteriana ao alterar o equilíbrio natural da flora vaginal.

Uso de produtos vaginais: O uso de produtos perfumados, como sprays íntimos, sabonetes, desodorantes vaginais, e até mesmo alguns lubrificantes, pode irritar a mucosa vaginal e alterar o pH. Esses produtos podem destruir as bactérias benéficas, favorecendo o crescimento das bactérias causadoras de vaginose bacteriana.

Cigarro: Fumar cigarros pode afetar o sistema imunológico e alterar o equilíbrio bacteriano vaginal. Mulheres fumantes têm um risco maior de desenvolver vaginose bacteriana em comparação com mulheres não fumantes. O tabaco e seus componentes químicos podem impactar a saúde vaginal de diversas formas, inclusive alterando o pH.

Menstruação: Durante a menstruação, o pH vaginal pode se tornar menos ácido devido à presença do sangue menstrual, que tem um pH mais alcalino. Esse aumento temporário do pH pode criar um ambiente propício para o crescimento excessivo das bactérias associadas à vaginose bacteriana.

Uso prolongado de antibióticos: O uso prolongado de antibióticos pode eliminar as bactérias benéficas da vagina, assim como fazem com as bactérias nocivas. Isso pode levar a um desequilíbrio bacteriano e ao aumento do pH vaginal, predispondo a mulher à vaginose bacteriana.

Estresse e sistema imunológico: O estresse crônico pode afetar negativamente o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível a infecções, incluindo a vaginose bacteriana. Um sistema imunológico enfraquecido pode não conseguir manter o equilíbrio adequado das bactérias vaginais, permitindo que as “más” se proliferem.

falta de libido
O stress também é um fator predisponente da VB.

Como Diagnosticar a Vaginose Bacteriana?

Para saber se uma mulher tem vaginose bacteriana, os médicos geralmente realizam os seguintes procedimentos:

  1. História Clínica: O médico pode começar fazendo perguntas sobre os sintomas e o histórico médico da paciente.
  2. Exame Físico: Um exame pélvico pode ser realizado para verificar o aspecto do corrimento.
  3. Teste do pH Vaginal: Um teste simples pode ser realizado para medir o pH da vagina. A VB geralmente está associada a um pH vaginal acima de 4,5.
  4. Exame do Corrimento: O médico pode coletar uma amostra do corrimento vaginal para análise. A amostra é examinada ao microscópio para verificar a presença de células chamadas “clue cells” (células-chave), que são indicativas de VB.

microscopio
O diagnóstico de VB pode ser confirmado por meio da análise da secreção vaginal pelo microscópio.

Como Tratar a Vaginose Bacteriana?

O tratamento da VB geralmente envolve o uso de antibióticos. Os antibióticos mais comuns incluem:

  1. Metronidazol: Pode ser prescrito em forma de comprimido ou gel vaginal. É eficaz na eliminação das bactérias que causam a VB.
  2. Clindamicina: Pode ser prescrita como creme vaginal ou comprimido.
  3. Tinidazol: Outro antibiótico que pode ser usado no tratamento da vaginose bacteriana.

É importante seguir corretamente as instruções do médico ao tomar antibióticos, mesmo que os sintomas desapareçam antes do término do tratamento. A interrupção precoce do tratamento pode resultar na recorrência da infecção.

Vaginose Bacteriana de Repetição

Algumas mulheres experimentam episódios recorrentes de vaginose bacteriana. A vaginose bacteriana de repetição pode ser frustrante e desafiadora de tratar. As causas da recorrência ainda não são completamente compreendidas, mas podem incluir:

  1. Recolonização por Bactérias: Mesmo após o tratamento, as bactérias “más” podem recolonizar a vagina.
  2. Fatores de Estilo de Vida: Certas práticas, como duchas vaginais e o uso de produtos perfumados, podem alterar o equilíbrio bacteriano da vagina.
  3. Parceiros Sexuais: A relação sexual pode influenciar o equilíbrio bacteriano vaginal. Embora a vaginose bacteriana não seja considerada uma infecção sexualmente transmissível, a atividade sexual pode desempenhar um papel na recorrência.

Tratamento da Vaginose Bacteriana de Repetição

A conduta na VB de repetição envolve uma abordagem abrangente e contínua.

Inicialmente, o médico realiza uma reavaliação detalhada da paciente e confirma o diagnóstico através do exame ginecológico e de exames laboratoriais, incluindo a medição do pH vaginal e a análise do corrimento vaginal.

O tratamento geralmente começa com um curso prolongado de antibióticos. Esse tratamento prolongado visa manter um ambiente vaginal desfavorável para as bactérias causadoras da vaginose bacteriana.

Além dos antibióticos, a introdução de probióticos, tanto orais quanto vaginais, pode ajudar a restaurar e manter uma flora vaginal saudável.

Modificar hábitos de vida é crucial. Evitar duchas vaginais e produtos perfumados, usar preservativos durante as relações sexuais são medidas recomendadas para prevenir a recorrência da vaginose bacteriana.

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O uso de preservativos nas relações sexuais é uma medida importante para evitar a VB de repetição.

A paciente deve manter consultas regulares com o médico para monitorar a eficácia do tratamento e realizar ajustes conforme necessário.

Educação sobre a condição e suporte psicológico são igualmente importantes para ajudar a paciente a lidar com o impacto emocional das recorrências.

Prevenção da Vaginose Bacteriana

Para reduzir o risco de desenvolver VB ou recorrências, algumas medidas podem ser adotadas:

  1. Evitar Duchas Vaginais: As duchas podem alterar o equilíbrio natural das bactérias na vagina e aumentar o risco de infecções.
  2. Práticas Sexuais Seguras: Usar preservativos pode ajudar a manter o equilíbrio bacteriano.
  3. Higiene Adequada: Evitar o uso de produtos perfumados ou irritantes.

Impacto da Vaginose Bacteriana na Saúde

Além de desconfortável, a VB não tratada pode aumentar o risco de algumas condições, como:

  1. Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs): A vaginose bacteriana pode aumentar a susceptibilidade a ISTs, como HIV, HPV, clamídia e gonorreia.
  2. Complicações na Gravidez: A vaginose bacteriana durante a gravidez tem sido associada a um risco aumentado de parto prematuro e baixo peso ao nascer.
  3. Doença Inflamatória Pélvica (DIP): A vaginose bacteriana pode contribuir para o desenvolvimento de DIP, uma infecção dos órgãos reprodutivos que pode causar infertilidade se não tratada.

infertilidade
A VB pode predispor à Doença Inflamatória Pélvica, condição que pode evoluir com infertilidade.

Está com corrimento?

Olá! Sou a Dra. Giulia Cerutti, médica ginecologista. Realizo atendimentos em ginecologia para mulheres de todas idades.

Atuo na prevenção, no diagnóstico e no tratamento das mais diversas doenças, inclusive da vaginose bacteriana.

Busco dar um atendimento único e que atenda às minhas pacientes de maneira integral. Busco criar um atendimento acolhedor e livre de julgamentos.

Cuido não somente da sua saúde física, mas também da sua saúde mental. Comigo, você terá participação na decisão de seu tratamento.

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Dra. Giulia Cerutti - Ginecologista

Mais informações: Manual MSD

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Imagens meramente ilustrativas (Banco de imagens: Shutterstock)

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