O câncer de ovário é o câncer ginecológico mais difícil de ser diagnosticado, visto que a maior parte dos casos não apresenta sintomas nas fases iniciais da doença e, quando apresenta, os sintomas são totalmente inespecíficos. Por isso, é chamado de tumor silencioso.
Além disso, não existe nenhum exame de rastreio para o câncer de ovário, como é o caso da mamografia para o câncer de mama, e do Papanicolaou para o câncer de colo de útero.
Não há nenhum indício de benefício em realizar o ultrassom pélvico rotineiramente para o diagnóstico precoce do câncer de ovário.
Dessa forma, o câncer de ovário é muitas vezes diagnosticado em estágios avançados, o que limita as opções de tratamento e, consequentemente, piora o prognóstico da doença.
Por isso, realizar um tratamento para o câncer de ovário nas mãos de médicos especializados é fundamental para garantir o sucesso do tratamento.
Sumário
- Qual é o médico que faz o tratamento para o câncer de ovário?
- O que é o Câncer de Ovário?
- Fatores de Risco
- Sintomas do câncer de ovário
- Como descobrir o câncer de ovário?
- Estágios do câncer de ovário
- Tratamento
- Prognóstico
- Prevenção e Detecção Precoce
- Conclusão
- Precisa de uma avaliação médica?
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Qual é o médico que faz o tratamento para o câncer de ovário?
O médico mais capacitado para tratar o câncer de ovário é o ginecologista especializado em Oncologia Ginecológica, o ramo da ginecologia que cuida de tumores do aparelho genital.
A Dra. Giulia Cerutti é médica ginecologista especialista em Oncologia Ginecológica, e fez a sua especialização nesta área no Hospital Pérola Byington em São Paulo, um dos maiores centros de tratamento de câncer ginecológico do Brasil.
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O que é o Câncer de Ovário?
O câncer de ovário se origina nas células dos ovários, órgãos responsáveis pela produção de óvulos e hormônios femininos, como o estrogênio e a progesterona.
Existem três principais tipos de câncer de ovário, classificados de acordo com a origem das células malignas:
- Câncer de Células Epiteliais: Representa cerca de 90% dos casos e se desenvolve na camada externa dos ovários.
- Câncer de Células Germinativas: Originado nas células produtoras de óvulos, é mais comum em mulheres jovens.
- Câncer de Cordão Sexual/Estroma: Surge nas células produtoras de hormônios e é responsável por cerca de 7% dos casos.
Fatores de Risco
Embora a causa exata do câncer de ovário seja desconhecida, diversos fatores de risco foram identificados:
- Idade: A maioria dos casos ocorre em mulheres acima dos 50 anos, com um pico de incidência entre 60 e 70 anos.
- Síndromes genéticas: Mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, assim como a Síndrome de Lynch, estão fortemente associadas a um risco elevado.
- História Reprodutiva: Mulheres que nunca engravidaram ou que tiveram filhos após os 35 anos têm um risco maior. Por outro lado, a gravidez e a amamentação parecem ter um efeito protetor. Ainda, mulheres que fizeram tratamento para engravidar também apresentam um risco maior.
Sintomas do câncer de ovário
O câncer de ovário é frequentemente chamado de “assassino silencioso” porque, em seus estágios iniciais, os sintomas são vagos e inespecíficos, podendo ser confundidos com condições menos graves. Os sintomas mais comuns incluem:
- Inchaço ou distensão abdominal.
- Dor pélvica ou abdominal.
- Sensação de saciedade rápida, perda de apetite.
- Necessidade frequente ou urgente de urinar.
- Náuseas e vômitos.
- Perda de peso inexplicável.
- Cansaço/fadiga
Devido à inespecificidade dos sintomas, muitas vezes o câncer de ovário é diagnosticado tardiamente.
Em casos mais avançados, pode haver aumento importante do volume abdominal, ocasionado, na maioria das vezes, por ascite (acúmulo de líquido dentro do abdome), ou percepção de uma massa na pelve.
Como descobrir o câncer de ovário?
O diagnóstico precoce do câncer de ovário é desafiador.
- Exame Pélvico: Durante o exame ginecológico, o médico pode sentir massas ou irregularidades na pelve, em caso de tumores mais avançados.
- Ultrassonografia: Por meio deste exame, identificamos imagens com aspectos sugestivos de malignidade.
- Tomografia Computadorizada (TC) e Ressonância Magnética (RM): São utilizados para obter imagens detalhadas dos ovários e estruturas adjacentes, ajudando a avaliar a extensão da doença.
- Marcadores tumorais: O marcador tumoral CA-125 pode estar elevado em mulheres com câncer de ovário. No entanto, não é específico e pode estar elevado em outras condições benignas. Outros marcadores, como CA19-9 e CEA, também podem estar elevados.
Estágios do câncer de ovário
O estadiamento do câncer de ovário é crucial para determinar o tratamento adequado e prognóstico. A doença é classificada em quatro estágios:
- Estágio I: O câncer está confinado aos ovários.
- Estágio II: O câncer se espalhou para outros órgãos pélvicos, como o útero ou trompas de Falópio.
- Estágio III: O câncer se espalhou para o revestimento do abdômen ou linfonodos.
- Estágio IV: O câncer se espalhou para órgãos distantes, como fígado ou pulmões.
Tratamento
O tratamento do câncer de ovário geralmente envolve uma combinação de cirurgia e quimioterapia. A abordagem específica depende do estágio da doença e estado de saúde da paciente.
- Cirurgia: O objetivo é remover o máximo possível do tumor. Em casos iniciais, pode ser suficiente a remoção dos ovários e trompas (salpingooforectomia). Em estágios mais avançados, pode ser necessária a histerectomia total, salpingooforectomia bilateral, remoção de linfonodos e ressecção de partes do peritônio ou outros órgãos afetados.
- Quimioterapia: Utiliza medicamentos para destruir células cancerígenas. É frequentemente administrada após a cirurgia para eliminar células remanescentes e reduzir o risco de recidiva. Em alguns casos, pode ser administrada antes da cirurgia (quimioterapia neoadjuvante) para reduzir o tamanho do tumor.
- Radioterapia: É raramente usada no câncer de ovário, mas pode ser considerada em casos específicos.
Prognóstico
O prognóstico do câncer de ovário depende principalmente do estágio em que a doença é diagnosticada.
A taxa de sobrevivência para o câncer de ovário em estágio inicial (I) é relativamente alta, com cerca de 90% das pacientes sobrevivendo cinco anos após o diagnóstico.
No entanto, a maioria dos casos é diagnosticada em estágios avançados (III e IV), onde a taxa de sobrevivência cai significativamente, para cerca de 30-40%.
Fatores como a idade da paciente, estado geral de saúde, tipo histológico do tumor e resposta ao tratamento também influenciam o prognóstico.
Prevenção e Detecção Precoce
Como dito anteriormente, não há nenhum exame de rastreio para fazer a detecção do câncer de ovário em estágios precoces.
No entanto, sabe-se que deixar os ovários em um estado “latente”, ou seja, sem ovular ao longo da vida, é um fator de proteção para o câncer de ovário. É o caso, por exemplo, da gravidez, amamentação e do uso de anticoncepcionais hormonais.
Além disso, ter uma dieta com baixo teor de gordura e rica em vegetais também parece ter um efeito protetor.
É importante lembrar que mulheres com histórico familiar significativo devem considerar realizar testes genéticos para mutações BRCA1 e BRCA2.
A detecção dessas mutações pode levar a medidas preventivas, como a ooforectomia profilática (remoção preentiva dos ovários), caso seja do desejo da paciente,
Conclusão
O câncer de ovário representa um desafio significativo na medicina moderna devido à sua natureza insidiosa e ao diagnóstico frequentemente tardio.
Aumentar a conscientização sobre os sintomas, fatores de risco e opções de tratamento é essencial para melhorar os resultados para as pacientes.
Avanços contínuos na pesquisa e na medicina personalizada trazem esperança de diagnósticos mais precoces e tratamentos mais eficazes, oferecendo uma chance de vida mais longa e saudável para muitas mulheres afetadas por esta doença devastadora.
Precisa de uma avaliação médica?
Olá! Sou a Dra. Giulia Cerutti, médica ginecologista, especializada em oncologia ginecológica.
Realizo atendimentos em ginecologia para mulheres de todas idades, atuando na prevenção, diagnóstico e tratamento clínico e cirúrgico das mais diversas doenças ginecológicas.
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