O câncer de vulva é uma neoplasia maligna que afeta a vulva, a parte externa do aparelho genital feminino. É um tumor pouco comum, representando cerca de 4% dos cânceres ginecológicos.
Afeta principalmente mulheres idosas, sendo a faixa etária média ao diagnóstico de cerca de 70 anos de idade.
Sumário
- Qual é o médico que trata do câncer de vulva?
- Fatores de Risco do câncer de vulva
- Lesões precursoras do câncer de vulva – Neoplasia Intraepitelial Vulvar (NIV)
- Sintomas do câncer de vulva
- Como saber se eu tenho câncer de vulva?
- Tratamento do câncer de vulva
- Prevenção do câncer de vulva
- Conclusão
- Está suspeitando de câncer de vulva?
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Qual é o médico que trata do câncer de vulva?
O médico mais capacitado para tratar o câncer de vulva é o ginecologista especializado em Oncologia Ginecológica, o ramo da ginecologia que cuida de tumores do aparelho genital.
A Dra. Giulia Cerutti é médica ginecologista especialista em Oncologia Ginecológica, e fez a sua especialização nesta área no Hospital Pérola Byington em São Paulo, um dos maiores centros de tratamento de câncer ginecológico do Brasil.
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Fatores de Risco do câncer de vulva
O câncer de vulva tem alguns fatores de risco conhecidos. Entre os principais fatores de risco, podemos citar:
- Infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano)
- Liquen escleroso
- Tabagismo
- Idade avançada
- Comoprometimento da imunidade (HIV/AIDS, uso crônico de corticoides ou imunossupressores, quimioterapia)
Vamos falar um pouco mais sobre alguns desses fatores de risco.
Infecção pelo HPV
O vírus do papiloma humano (HPV) é um dos principais fatores de risco para o câncer de vulva. Este vírus é uma infecção sexualmente transmissível. Existem mais de 100 tipos de HPV, mas os tipos 16 e 18 são os mais frequentemente associados ao câncer de vulva.
A infecção persistente pelo HPV pode levar ao desenvolvimento de neoplasias intraepiteliais vulvares (NIV), que são lesões precursoras do câncer. Falaremos mais sobre as NIV adiante.
Líquen Escleroso
O líquen escleroso é uma condição crônica da pele que afeta a vulva, de caráter autoimune.
A região fica pouco pigmentada (branca), fina, frágil, atrófica e pouco elástica. Com o tempo, pode haver deformidades e cicatrizes, com alteração da aparência normal da região genital. Pode haver fusão dos pequenos lábios, destruição do clitóris, estreitamento da entrada da vagina.
Esta condição é mais comum em mulheres na pós-menopausa, mas pode ocorrer em qualquer idade.
O líquen escleroso é um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de vulva, pois as alterações crônicas e inflamatórias da pele podem predispor à malignização.
Lesões precursoras do câncer de vulva – Neoplasia Intraepitelial Vulvar (NIV)
A neoplasia intraepitelial vulvar (NIV) é uma condição pré-cancerosa que ocorre nas células de revestimento da vulva. É classificada em dois tipos principais: NIV usual e NIV diferenciada.
- NIV usual: está associada ao HPV e é mais comum em mulheres mais jovens. É mais comumente multifocal e pode envolver áreas extensas da vulva.
- NIV diferenciada: é menos comum e geralmente não está associada ao HPV. É mais frequentemente encontrada em mulheres mais velhas e está fortemente associada ao líquen escleroso. A NIV diferenciada tem um risco mais alto de progressão para câncer invasivo em comparação com a NIV usual.
Tratamento da NIV
O tratamento da NIV visa remover ou destruir as áreas de células anormais para prevenir a progressão para câncer invasivo. As opções de tratamento incluem:
- Excisão cirúrgica: Remoção das áreas afetadas com margem de tecido saudável. Esta é uma abordagem comum para lesões limitadas e visíveis.
- Laserterapia: Utilização de laser para destruir o tecido anormal. É uma opção para lesões multifocais ou extensas.
- Imiquimode: Um creme imunomodulador que estimula o sistema imunológico a atacar as células anormais. Também é utilizado em lesões multifocais ou extensas.
Sintomas do câncer de vulva
Os sintomas do câncer de vulva podem ser variados e muitas vezes não específicos, o que pode atrasar o diagnóstico. Alguns dos sintomas incluem:
- Prurido vulvar persistente: Coceira constante na área genital.
- Dor e sensibilidade: Sensação de dor ou desconforto na vulva.
- Lesões ou úlceras: Presença de feridas, verrugas ou áreas ulceradas que não cicatrizam.
- Nódulos: Irregulares, que podem ser avermelhados, róseos ou esbranquiçados.
- Mudanças na pele: Alterações na cor ou textura da pele vulvar, como áreas esbranquiçadas ou espessadas.
Como saber se eu tenho câncer de vulva?
O diagnóstico do câncer de vulva geralmente envolve uma combinação de exame clínico, estudos de imagem e biópsia.
O exame clínico detalhado inclui a inspeção visual e a palpação da vulva para identificar lesões suspeitas. Se forem encontradas anormalidades, uma biópsia é realizada para obter uma amostra de tecido para exame histopatológico. É pelo resultado da biópsia que temos a confirmação do câncer.
Além disso, a vulvoscopia, que é uma inspeção da vulva com um aparelho especial, pode ser utilizada para identificar áreas de tecido anormal que podem não ser visíveis a olho nu. Este exame é fundamental para diagnosticar as NIV.
Estudos de imagem, como a ressonância magnética (RM) e a tomografia computadorizada (TC), podem ser usados para avaliar a extensão da doença e o envolvimento de estruturas adjacentes.
Tratamento do câncer de vulva
O tratamento do câncer de vulva depende do estágio da doença, localização e tamanho do tumor, e da saúde geral da paciente. As principais opções de tratamento incluem:
- Cirurgia: A excisão cirúrgica é o tratamento primário para a maioria dos cânceres de vulva. A cirurgia pode variar desde a excisão local da lesão até a vulvectomia radical, dependendo da extensão do tumor. A linfadenectomia inguinal pode ser necessária para avaliar e tratar a disseminação para os linfonodos.
- Radioterapia: Utilizada como adjuvante à cirurgia ou como tratamento primário em casos não operáveis. Pode ser usada para reduzir o tamanho do tumor antes da cirurgia ou para tratar áreas residuais após a cirurgia.
- Quimioterapia: Pode ser utilizada em combinação com a radioterapia ou para tratar casos avançados ou metastáticos.
Antigamente, era muito comum a realização da vulvectomia radical, que consistia na retirada de toda a vulva, compreendendo os grandes lábios, pequenos lábios e clitóris, além da retirada dos linfonodos (gânglios) da região da virilha.
Esta cirurgia, além de ser mutiladora e comprometer a vida sexual da mulher, geralmente evolui com muitas complicações, como deiscências (abertura dos pontos) e infecções.
Por este motivo, quando possível, hoje em dia a cirurgia mais realizada é a excisão local da lesão, na qual o tumor é removido em sua totalidade, com margens de segurança.
A excisão local da lesão tem menos complicações e é menos mutiladora que a vulvectomia radical, e não se mostrou inferior quanto à resposta terapêutica.
Prevenção do câncer de vulva
A prevenção do câncer de vulva inclui várias estratégias:
Vacinação contra o HPV
A vacinação contra o HPV é uma das medidas mais eficazes para prevenir o câncer de vulva associado ao HPV.
As vacinas disponíveis protegem contra os tipos de HPV mais comumente associados ao câncer. A vacinação é recomendada para homens e mulheres dos 9 aos 45 anos.
Rastreamento e Tratamento de Lesões Pré-Cancerosas
O rastreamento regular e o tratamento precoce das NIV podem prevenir a progressão para câncer invasivo. Mulheres com fatores de risco, como infecção persistente pelo HPV ou líquen escleroso, devem ser monitoradas de perto.
Controle de Condições Dermatológicas
O manejo adequado de condições dermatológicas crônicas, como o líquen escleroso, é crucial para prevenir a malignização. O acompanhamento regular com um dermatologista ou ginecologista é essencial.
Conclusão
O câncer de vulva, embora raro, é uma condição que requer atenção médica especializada. O conhecimento dos fatores de risco, como o HPV e o líquen escleroso, é fundamental para a prevenção e o diagnóstico precoce.
A neoplasia intraepitelial vulvar (NIV) desempenha um papel crucial como lesão precursora, e seu tratamento adequado pode impedir a progressão para câncer invasivo.
O diagnóstico precoce, através de exame clínico, vulvoscopia e biópsia, oferece a melhor chance de cura. A vacinação contra o HPV é uma medida preventiva chave que pode reduzir significativamente a incidência de câncer de vulva associado ao vírus.
A educação sobre práticas de saúde sexual segura e o manejo de condições dermatológicas crônicas também são componentes essenciais na prevenção do câncer de vulva.
Está suspeitando de câncer de vulva?
Olá! Sou a Dra. Giulia Cerutti, médica ginecologista, especializada em oncologia ginecológica. Realizo atendimentos a mulheres de todas as idades. Atuo na prevenção, diagnóstico e tratamento de tumores ginecológicos. Além disso, faço cirurgias em centro cirúrgico e consultório.
Durante as consultas, busco dar um atendimento individualizado e que atenda às minhas pacientes de maneira integral. Isto é, com avaliação não somente da sua saúde física, mas também da sua saúde mental. Comigo, você terá participação na decisão de seu tratamento.
Além disso, faço questão de esclarecer todas as dúvidas de minhas pacientes, sem pressa, em um ambiente acolhedor e livre de julgamentos.
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