O que é cirurgia oncológica?

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Dra Giulia Cerutti

Médica ginecologista

A cirurgia oncológica é um dos pilares fundamentais no tratamento do câncer, desempenhando um papel crucial tanto no diagnóstico quanto no tratamento das neoplasias malignas.

No contexto do câncer ginecológico, que inclui neoplasias dos ovários, útero, colo do útero, vagina e vulva, a cirurgia oncológica assume uma importância ainda maior devido à localização e à complexidade anatômica dessas estruturas.

Sumário

Qual é o médico que opera tumores ginecológicos?

O médico que opera cânceres ginecológicos é o ginecologista especializado em oncologia ginecológica, também chamado oncoginecologista.

A Dra. Giulia Cerutti é médica ginecologista especialista em Oncologia Ginecológica, e fez a sua especialização nesta área no Hospital Pérola Byington em São Paulo, um dos maiores centros de tratamento de câncer ginecológico do Brasil.

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Dra. Giulia Cerutti - Ginecologista

Veja alguns depoimentos de pacientes da Dra. Giulia:

Princípos da Cirurgia Oncológica

A cirurgia oncológica é uma das principais modalidades de tratamento do câncer, sendo muitas vezes fundamental para a cura ou controle da doença.

Os princípios da cirurgia oncológica envolvem uma série de conceitos e práticas destinados a garantir a remoção eficaz do tumor, minimizar o risco de recorrência e preservar a qualidade de vida do paciente. Aqui estão os principais princípios da cirurgia oncológica:

Ressecção Completa do Tumor (Margens Cirúrgicas)

  • Objetivo: Remover completamente o tumor com margens cirúrgicas livres de células cancerosas.
  • Importância: Margens negativas (livres de tumor) são cruciais para reduzir o risco de recorrência local da doença.
  • Remover o tumor juntamente com estruturas que podem estar envolvidas, como linfonodos e órgãos próximos, quando necessário.

Avaliação Pré-operatória Cuidadosa

  • Diagnóstico preciso: Inclui exames de imagem, biópsias e outros testes para determinar a extensão e a localização do tumor.
  • Avaliação do estado geral do paciente: Considerar comorbidades e a capacidade do paciente de tolerar a cirurgia.

Planejamento Cirúrgico Detalhado

  • Estratégia de ressecção: Planejar a abordagem cirúrgica com base na localização, extensão, tamanho e tipo do tumor.
  • Planejamento da reconstrução: Quando necessário, planejar a reconstrução dos tecidos para preservar a função e a aparência.
  • Prevenção e tratamento de complicações: Preparar para possíveis complicações intra e pós-operatórias, como infecções, sangramentos, e problemas de cicatrização.

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Em caso de cirurgia oncológica grande e complexa, devemos antecipar complicações. Uma das estratégias, por exemplo, é solicitar reserva de bolsa de sangue.

Terapia Adjuvante

  • Complementação da cirurgia: Considerar tratamentos adicionais, como quimioterapia, radioterapia ou terapia hormonal, para melhorar os resultados cirúrgicos.

Cuidados Pós-operatórios e Seguimento

  • Monitoramento: Acompanhamento rigoroso para detectar precocemente recidivas ou complicações.
  • Reabilitação: Suporte ao paciente para recuperação funcional e emocional após a cirurgia.

Multidisciplinaridade

  • Trabalho em equipe: Colaboração com oncologistas clínicos, radioterapeutas, patologistas, enfermeiros, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais de saúde para um manejo integrado e completo do paciente.

reabilitacao
O trabalho em equipe multidisciplinar é fundamental para a reabilitação após a cirurgia oncológica.

Considerações Éticas e Paliativas

  • Decisões informadas: Envolver o paciente nas decisões sobre o tratamento, discutindo riscos, benefícios e alternativas.
  • Cuidados paliativos: Para pacientes com doença avançada, priorizar a qualidade de vida e o alívio dos sintomas.

Esses princípios visam otimizar os resultados do tratamento cirúrgico, proporcionando a melhor chance de cura ou controle da doença. Ao mesmo tempo, minimizam os riscos e efeitos adversos associados à cirurgia oncológica.

Objetivos da Cirurgia Oncológica

A cirurgia oncológica pode ser classificada em dois tipos principais: curativa e paliativa. Ambas têm objetivos diferentes e são aplicadas em contextos distintos, dependendo da situação clínica do paciente e do estágio do câncer.

Vale lembrar, ainda, que a cirurgia oncológica também é uma forma de avaliar a extensão da doença. Ou seja, em alguns casos, o estadiamento do câncer só é possível de ser certificado durante o ato cirúrgico.

Cirurgia Oncológica Curativa

O objetivo da cirurgia oncológica curativa é remover completamente o tumor e qualquer tecido canceroso associado, com a intenção de curar o paciente da doença.

Características:

  • Remoção total do tumor: Inclui a ressecção completa do tumor primário com margens cirúrgicas livres de células cancerosas.
  • Ressecção de linfonodos: Pode incluir a remoção de linfonodos (gânglios) regionais para verificar a disseminação da doença e prevenir recidivas.
  • Reconstrução: Pode envolver procedimentos de reconstrução para restaurar a função e a aparência após a remoção do tumor.

Exemplos:

  • Mastectomia: Remoção do seio em casos de câncer de mama.
  • Colectomia: Remoção de parte do cólon afetado pelo câncer.
  • Prostatectomia radical: Remoção da próstata em casos de câncer de próstata.

Cirurgia Oncológica Paliativa

O objetivo da cirurgia oncológica paliativa é aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida de pacientes com câncer avançado ou metastático, onde a cura não é possível.

Características:

  • Alívio de sintomas: Foco em reduzir a dor, aliviar obstruções, controlar hemorragias e tratar outros sintomas causados pelo tumor.
  • Não visa cura: Embora não cure a doença, pode prolongar a vida e melhorar o bem-estar do paciente.
  • Menor extensão: Muitas vezes são cirurgias menos extensas do que as curativas.

Exemplos de Cirurgias Paliativas:

  • Gastrostomia ou Jejunostomia: Colocação de uma sonda para alimentação em pacientes com obstrução do esôfago devido a câncer esofágico.
  • Colostomia: Criação de uma abertura no cólon para desviar o conteúdo fecal em casos de obstrução intestinal causada por câncer colorretal.
  • Ressecção de metástases: Remoção de metástases em órgãos como fígado ou pulmões para aliviar a dor ou melhorar a função orgânica.
  • Debulking (citorredução): Remoção de parte de um tumor volumoso para reduzir a massa tumoral e aliviar sintomas, como no câncer de ovário avançado.
  • Nefrostomia: Colocação de um dreno renal para aliviar a obstrução do trato urinário em pacientes com câncer pélvico.

A escolha entre cirurgia curativa e paliativa depende de vários fatores, incluindo o estágio do câncer, a localização do tumor e a saúde geral do paciente.

Ambas as abordagens são essenciais no manejo oncológico, proporcionando desde a possibilidade de cura até a melhoria da qualidade de vida em situações onde a cura não é viável.

A Importância da Cirurgia Oncológica no Câncer Ginecológico

A cirurgia oncológica é frequentemente a primeira linha de tratamento para muitos tipos de câncer ginecológico.

Ela pode ser curativa quando o tumor é detectado em estágios iniciais e pode proporcionar alívio de sintomas em casos avançados.

Além disso, a cirurgia permite a obtenção de amostras de tecido para biópsias, e permite avaliar a extensão da doença, que orienta o tratamento subsequente.

Tipos Comuns de Câncer Ginecológico e Abordagens Cirúrgicas

Câncer de Ovário

O câncer de ovário é frequentemente diagnosticado em estágios avançados devido à falta de sintomas específicos em suas fases iniciais.

A cirurgia para o câncer de ovário geralmente envolve uma laparotomia exploratória para avaliar a extensão da doença e remover o máximo possível do tumor (citorredução). Em casos selecionados, a laparoscopia pode ser utilizada para diagnóstico e planejamento da cirurgia definitiva.

A citorredução ótima, onde não resta tumor visível ou com menos de 1 cm de diâmetro, está associada a melhores prognósticos.

Câncer de Colo do Útero

Para o câncer de colo do útero, a cirurgia oncológica está reservada somente a casos mais iniciais. Nestes casos, a cirurgia pode variar desde procedimentos conservadores, como a conização, até a histerectomia radical, dependendo do estágio do câncer.

Em estágios mais iniciais, a conização pode ser uma opção para mulheres jovens que desejam manter a capacidade de engravidar. Porém, em alguns casos, a histerectomia radical com linfadenectomia pélvica são procedimentos padrão.

Os casos de câncer de colo de útero que forem submetidos a histerectomia devem ser abordados pela laparotomia (cirurgia aberta), não pela laparoscopia. A laparoscopia foi associada a maior taxa de recidiva da doença.

câncer de colo de útero
No câncer de colo de útero, a cirurgia oncológica está reservada apenas para casos mais iniciais.

No entanto, para a maior parte dos casos de câncer de colo de útero, o tratamento padrão é radioterapia acompanhada de quimioterapia sensibilizante.

A abordagem laparoscópica está contraindicada no câncer de colo de útero.

Câncer de Endométrio

O câncer de endométrio é frequentemente diagnosticado em estágios iniciais devido à sintomatologia precoce, como sangramento pós-menopausa.

O tratamento cirúrgico padrão inclui histerectomia total (retirada do útero), salpingooforectomia bilateral (retirada dos ovários e trompas) e linfadenectomia seletiva (dependendo do estágio).

câncer de endométrio
Para o câncer de endométrio, a cirurgia oncológica é o principal tratamento.

A laparoscopia e a cirurgia robótica são amplamente utilizadas, oferecendo benefícios como menor tempo de internação e recuperação mais rápida.

É importante lembrar que o estadiamento do câncer de endométrio é cirúrgico, ou seja, só conseguimos determinar a extensão da doença durante a cirurgia.

laparoscopia
A laparoscopia é uma boa maneira de abordar o câncer de endométrio.

Câncer de Vulva

O câncer de vulva é menos comum e frequentemente diagnosticado em mulheres idosas.

A cirurgia pode variar de excisões locais amplas até a vulvectomia radical, dependendo da extensão do tumor. A linfadenectomia inguinal é frequentemente realizada para avaliar a disseminação linfática.

A preservação da função e da aparência estética é um desafio, e a cirurgia plástica reconstrutiva pode ser necessária para otimizar os resultados.

Câncer de Vagina

O câncer de vagina é raro e, frequentemente, diagnosticado em estágios avançados. A cirurgia pode incluir excisão local ampla, colpectomia parcial ou total, e linfadenectomia. No entanto, a maior parte dos casos é tratada com radioterapia.

Avanços Tecnológicos e Técnicas Modernas

A cirurgia oncológica para cânceres ginecológicos tem se beneficiado enormemente de avanços tecnológicos.

A introdução da laparoscopia e da cirurgia robótica transformou a abordagem cirúrgica, permitindo procedimentos menos invasivos, com menor dor pós-operatória, menos complicações e recuperação mais rápida.

A cirurgia assistida por robô, em particular, oferece vantagens como maior precisão, visualização 3D e melhor ergonomia para o cirurgião.

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A cirurgia robótica é uma técnica moderna para o tratamento cirúrgico de alguns tipos de tumores ginecológicos.

Desafios e Complicações

Apesar dos avanços, a cirurgia oncológica para cânceres ginecológicos apresenta desafios significativos.

A identificação precisa da extensão da doença, especialmente em câncer de ovário, é crucial para o sucesso da citorredução. A recorrência do câncer, complicações cirúrgicas como infecções, hemorragias, e lesões a órgãos adjacentes são preocupações constantes.

A abordagem multidisciplinar, envolvendo oncologistas, radiologistas, patologistas e especialistas em cuidados paliativos, é essencial para otimizar os resultados e gerenciar complicações.

A reabilitação pós-operatória e o suporte psicológico também são fundamentais para a recuperação e qualidade de vida das pacientes.

Impacto na Qualidade de Vida

A cirurgia oncológica, especialmente quando extensa, pode ter um impacto profundo na qualidade de vida das pacientes. Procedimentos como a vulvectomia e a ooforectomia podem afetar a imagem corporal, a função sexual e a saúde hormonal.

A preservação da fertilidade é uma preocupação importante para mulheres jovens com câncer ginecológico, e opções como a criopreservação de óvulos ou embriões antes do tratamento podem ser discutidas.

A reconstrução cirúrgica, quando necessária, deve ser considerada não apenas para a funcionalidade, mas também para o bem-estar psicológico da paciente.

A terapia de reposição hormonal pode ser indicada para aliviar sintomas relacionados à menopausa cirúrgica, quando não houver contraindicações.

Precisa de uma cirurgia oncológica?

Olá! Sou a Dra. Giulia Cerutti, médica ginecologista, especializada em oncologia ginecológica. Realizo atendimentos a mulheres de todas as idades. Atuo na prevenção, diagnóstico e tratamento de tumores ginecológicos. Além disso, faço cirurgias em centro cirúrgico e consultório.

Durante as consultas, busco dar um atendimento individualizado e que atenda às minhas pacientes de maneira integral. Isto é, com avaliação não somente da sua saúde física, mas também da sua saúde mental. Comigo, você terá participação na decisão de seu tratamento.

Além disso, faço questão de esclarecer todas as dúvidas de minhas pacientes, sem pressa, em um ambiente acolhedor e livre de julgamentos.

Dra. Giulia Cerutti - Ginecologista

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