Algumas pessoas infectadas pelo vírus do papiloma humano podem desenvolver lesões precursoras de câncer cervical.
Conhecidas como Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC), essas lesões podem ocorrer com alterações de alto ou baixo grau, dependendo da profundidade. Neste contexto, a identificação e o tratamento da NIC são primordiais.
Por se tratar de uma uma condição pré-câncer, a NIC exige o acompanhamento de um ginecologista. Assim, o tratamento da NIC é essencial, pois possibilita a prevenção da progressão para o câncer do colo uterino.
Sumário
- Qual médico faz o tratamento da NIC?
- O que é o HPV?
- O que é Neoplasia Intraepitelial Cervical?
- Quais são as causas e os graus da NIC?
- Toda NIC vira câncer?
- Como diagnosticar?
- Mas afinal, qual o tratamento da NIC?
- Como é feita a conização? Como é o pós operatório?
- Qual a diferença entre conização e CAF?
- Precisa de tratamento da NIC?
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Qual médico faz o tratamento da NIC?
O médico especializado em realizar o tratamento da NIC é o ginecologista especialista em Patologia do Trato Genital Inferior, ou o oncoginecologista (especialista em câncer ginecológico).
A Dra. Giulia Cerutti é uma ginecologista especialista em oncologia ginecológica, ou seja, em tratar mulheres com câncer ginecológico, inclusive o câncer de colo de útero e suas lesões precursoras. Como você vai ver adiante, a NIC é uma lesão precursora do câncer de colo de útero. Por isso, a Dra. Giulia tem vasta experiência no tratamento da NIC.
Se você busca um tratamento da NIC de qualidade, o olhar de um ginecologista especialista em oncologia ginecológica fará toda a diferença no seu tratamento!
A Dra. Giulia atende no bairro da Consolação, em São Paulo – SP.
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O que é o HPV?
O Papilomavírus Humano (HPV) é um vírus sexualmente transmissível que infecta a pele e as mucosas do colo do útero, vagina, vulva, pênis, ânus, boca e garganta.
Este vírus está presente em mais da metade da população. Além disso, estima-se que cerca de 80% da população sexualmente ativa já entrou em contato com o vírus em algum momento da vida.
Existem centenas de subtipos do vírus. Podemos dividir estes subtipos em subtipos de baixo risco e subtipos de alto risco.
Os subtipos de baixo risco estão associados às verrugas genitais, também chamadas de condilomas acuminados. Na realidade, estes subtipos deveriam ser chamados de “sem risco”, pois não oferecem nenhum risco de causarem câncer.
Por outro lado, os subtipos de alto risco estão associados a alguns tipos de câncer (colo do útero, vagina, vulva, pênis, ânus, boca e garganta) e suas lesões precursoras.
Porém, apenas uma pequena parcela das pessoas infectadas com os subtipos de alto risco desenvolverá qualquer tipo de lesão. E uma parcela ainda menor desenvolverá câncer.
Isso acontece porque, quando o HPV entra no nosso corpo, ele pode seguir três caminhos diferentes:
- Ser eliminado espontaneamente pelo organismo
- Ficar latente, quietinho, sem causar nenhuma lesão
- Causar alguma lesão. No caso dos subtipos de alto risco, a lesão causada é a verruga genital. Já no caso dos subtipos de alto risco, a lesão causada é a lesão precursora de câncer e o câncer genital
Ou seja, com isso podemos concluir que boa parte das pessoas jamais apresentará qualquer tipo de lesão.
O que é Neoplasia Intraepitelial Cervical?
Estima-se que mais da metade dos jovens brasileiros esteja infectada pelo HPV. Pelo menos essa é a informação obtida em um estudo do Ministério da Saúde. Contudo, existem subtipos do vírus do papiloma humano que são chamadas de HPV de alto risco. Como é o caso, por exemplo, dos tipos 16 e 18.
Isso porque em alguns casos a infecção não é transitória e nem regride de forma espontânea. Pelo contrário, pode ocorrer o desenvolvimento de lesões precursoras de câncer cervical, conhecidas como Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC).
Por isso, antes de falar sobre o tratamento da NIC, é importante entender o que significa essa condição. Então, vamos por partes.
Anatomia do colo do útero
O colo do útero é revestido por uma camada mais superficial, chamada epitélio. O epitélio do colo do útero pode ter três tipos de células diferentes:
- As células escamosas, que revestem o colo do útero por fora
- As células glandulares, que revestem o canal do colo do útero
- As células metaplásicas, que são células de transição
Mais profundamente ao epitélio, existe a membrana basal, que separa o epitélio dos tecidos mais profundos.
Definição de NIC
Neoplasia significa uma proliferação anormal de um grupo de células. O vírus HPV infecta as células escamosas do epitélio do colo do útero e, como resultado, causa mutações nelas.
Essas mutações fazem com que as células se multipliquem de forma descontrolada. É a partir disso que se forma a neoplasia.
Intraepitelial, por sua vez, significa que está restrita ao epitélio, a camada mais superficial do colo do útero. Isso quer dizer que essa neoplasia não é invasiva.
Mas o acompanhamento médico aqui é essencial. Afinal, a partir do momento em que uma neoplasia intraepitelial se torna invasiva, ela é um câncer.
Já cervical significa referente ao colo do útero.
Logo, o que podemos concluir? Em primeiro lugar, que a NIC é uma lesão pré-câncer do colo uterino. Essa lesão está restrita à camada mais superficial do colo do útero. Assim, se não for tratada, pode deixar de ser intraepitelial e se tornar invasiva. Ou seja, virar um câncer.
Quais são as causas e os graus da NIC?
Como já mencionado, a Neoplasia Intraepitelial Cervical é causada pela infecção pelos subtipos de HPV de alto risco. Entretanto, apenas 4% das mulheres infectadas pelo HPV desenvolvem NIC. Para que a infecção cause lesão, é imprescindível que haja uma falha na imunidade.
Quando a paciente desenvolve as lesões precursoras do câncer cervical, elas podem ser de diferentes graus. A NIC 1, por exemplo, é a lesão de baixo grau.
Por ser de baixo grau, tem grande chance de regredir espontaneamente, mesmo sem tratamento. Ou seja, na maioria das vezes, não é necessário o tratamento da NIC 1.
Já as NICs 2 e 3 são lesões de alto grau. Dessa forma, apresentam maior risco de virar câncer de colo de útero se não tratadas.
Toda NIC vira câncer?
De maneira nenhuma. A maior parte dos casos de NIC 1 regride espontaneamente. Mesmo no caso das NIC 3, apenas uma pequena parcela evolui para câncer.
Além disso, quando uma NIC 3 é diagnosticada, há tempo suficiente para instituir um tratamento para NIC, já que a evolução da NIC 3 é muito lenta. Por exemplo, a NIC 2 demora cerca de 2 anos para evoluir para uma NIC 3. Já a NIC 3 demora cerca de 10 anos para evoluir para um câncer.
Mas vale ressaltar que alguns fatores podem agir como facilitadores na progressão da lesão até o câncer:
- Tabagismo
- Deficiências nutricionais
- Imunodeficiências (mulheres em tratamento com imunossupressores ou portadoras de HIV com baixa contagem de CD4, por exemplo)
- Entre outros
Como diagnosticar?
Os métodos de detecção das lesões precursoras e da infecção pelo HPV são de uso mundialmente difundido. Para dar o diagnóstico, os principais exames são:
- Papanicolaou (também chamado de colpocitologia oncótica, exame preventivo e esfregaço cervicovaginal)
- Colposcopia com biópsia de colo de útero
- Testes de DNA-HPV
O Papanicolaou é um exame que consiste na coleta de células do colo do útero e da vagina por meio de uma escovinha. Estas células são analisadas por meio de um microscópio, em busca de anormalidades. Caso o Papanicolaou venha alterado, a paciente deverá realizar uma colposcopia.
A colposcopia é um exame em que o médico analisa o colo do útero e a vagina de maneira bem detalhada, com um aparelho que se assemelha a um binóculo.
Durante a colposcopia, utilizamos reagentes e corantes que nos auxiliam a detectar áreas que podem conter lesões causadas pelo HPV. Caso o médico observe alguma área anormal, ele deverá realizar uma biópsia. É por meio da biópsia que finalmente podemos dar o diagnóstico de NIC.
Os exames mencionados são testes para detecção de lesões causadas pelo HPV. No entanto, também podemos contar com exames para detectar a infecção pelo HPV. Estes exames são os testes de biologia molecular, que detectam o DNA do vírus na região genital da mulher. Entre estes testes, podemos citar o PCR e a captura híbrida.
Mas atenção! Os testes de DNA-HPV (PCR e captura híbrida) não dão diagnóstico de NIC – apenas indicam se a mulher é portadora do vírus ou não. Ou seja, quando positivos, indicam que aquela mulher está em risco de desenvolver NIC.
Mas afinal, qual o tratamento da NIC?
Na hora de escolher o tratamento da NIC, devemos levar em consideração diversos fatores. Como, por exemplo, a idade da mulher e se ela tem alguma comorbidade que prejudique sua imunidade (HIV, câncer ou outras condições médicas).
Além disso, é necessário avaliar a possibilidade de acompanhamento da paciente. Isto é, se ela poderá retornar às consultas para exames. O grau da lesão (NIC I, II ou III) ainda é outro fator determinante para escolha do melhor método de tratamento.
Após avaliar todos esses aspectos, as três principais opções de conduta para o tratamento da NIC são:
Conduta Expectante
É aquela em que não são realizados procedimentos invasivos. Nestes casos, é necessário um acompanhamento para avaliar a evolução da doença e, assim, decidir o melhor tratamento da NIC.
A conduta expectante é indicada para:
- lesões de baixo grau (NIC I)
- lesão totalmente visível na colposcopia
- controle garantido (a paciente vai comparecer às consultas de retorno)
- mulheres com menos de 25 anos com NIC II
Por outro lado, a conduta expectante é contraindicada para:
- lesões de alto grau (NIC II e III)
- lesão adentrando o canal cervical
- controle difícil (paciente com dificuldade de retornar às consultas)
- imunossuprimidas (pacientes com HIV, câncer, transplantadas)
Assim, nas situações acima, o tratamento da NIC deve ser instituído de maneira a destruir ou remover a lesão.
Qual o tratamento da NIC para lesões de alto grau?
O tratamento da NIC de alto grau, na maioria das vezes, deve ser por meio da retirada da lesão. A exceção é para mulheres com menos de 25 anos diagnosticadas com NIC 2.
Mas, afinal, como é feito o tratamento da NIC para estas mulheres?
A retirada da lesão é feita por uma cirurgia chamada conização. Este tratamento da NIC consiste na retirada de um fragmento do colo do útero, em forma de cone. A conização pode ser feita por diversas técnicas:
- Cirurgia de Alta Frequência (CAF): uma alça que corta e cauteriza ao mesmo tempo passa pelo colo do útero, retirando o fragmento que contém a lesão
- Bisturi frio
- Bisturi elétrico
Como é feita a conização? Como é o pós operatório?
A conização é feita por via vaginal, sem cortes na barriga. Pode ser feita em centro cirúrgico ou em consultório, dependendo da técnica utilizada.
O procedimento é rápido. Quando feito em consultório, a paciente recebe anestesia local. Quando feito em centro cirúrgico, a anestesia pode ser geral ou raquianestesia com sedação. Na maioria das vezes, a mulher recebe alta no mesmo dia.
O pós operatório é tranquilo. A mulher não costuma sentir dor, no máximo uma cólica leve. Ela pode perceber uma saída de secreção via vaginal por cerca de vinte a trita dias. Cerca de dez dias após a cirurgia, pode haver um sangramento um pouco mais intenso (mas não hemorragia). Esse sangramento ocorre devido à queda da crosta que se formou onde o fragmento do colo do útero foi retirado.
O principal cuidado no pós operatório é a abstinência sexual: a mulher deve ficar de 30 a 45 dias sem ter relações sexuais, para que seu colo do útero cicatrize adequadamente. Por outro lado, ela poderá voltar às suas atividades do dia a dia rapidamente após a cirurgia.
Você deve procurar o seu médico em caso de:
- Saída de secreção via vaginal com odor ou aspecto de pus
- Sangramento vaginal intenso
- Febre
- Dor abdominal intensa
Qual a diferença entre conização e CAF?
A conização é um procedimento realizado no tratamento da NIC de alto grau que consiste na retirada de um fragmento do colo do útero. Como dito anteriormente, este procedimento pode ser realizado por diferentes técnicas, por exemplo:
- Bisturi frio
- Bisturi elétrico
- Cirurgia de alta frequência
Por outro lado, CAF é a sigla para Cirurgia de Alta Frequência. Esta é uma técnica utilizada para vários procedimentos em ginecologia. Um dos procedimentos em que utilizamos a CAF é a conização.
Ou seja: no tratamento da NIC, muitas vezes realizamos a conização por CAF. Assim, conização é o procedimento, e CAF é a técnica.
Precisa de tratamento da NIC?
Olá! Sou a Dra. Giulia Cerutti, médica ginecologista, especializada em oncologia ginecológica.
Realizo atendimentos a mulheres de todas idades. Atuo na prevenção, diagnóstico e tratamento da NIC e diversas outras condições ginecológicas. Além disso, faço cirurgias em centro cirúrgico e em consultório.
Durante as consultas, busco dar um atendimento individualizado e que atenda às minhas pacientes de maneira integral. Isto é, com avaliação não somente da sua saúde física, mas também da sua saúde mental. Comigo, você terá participação na decisão de seu tratamento da NIC.
Se você precisa de tratamento da NIC, eu posso te ajudar!
Assista o vídeo abaixo para entender melhor sobre o assunto:
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