A clamídia é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. É uma das ISTs mais comuns no mundo, afetando milhões de pessoas anualmente.
A infecção por clamídia pode apresentar-se de várias formas clínicas, afetando diferentes partes do corpo e causando uma ampla gama de sintomas.
Sumário
- Qual é o médico que trata de clamídia?
- Transmissão da clamídia
- Formas de apresentação em mulheres
- Formas de apresentação em homens
- Formas de apresentação em todas as pessoas
- Conjuntivite Neonatal
- Prevenção
- Precisando de ajuda?
- Você também pode se interessar por:
Qual é o médico que trata de clamídia?
O médico que trata da gonorreia em mulheres é o médico ginecologista ou o infectologista.
Se você está com suspeita de gonorreia, você deve se consultar com a Dra. Giulia Cerutti, médica ginecologista.
Em sua consulta particular, a Dra. Giulia te deixará à vontade para relatar as suas queixas e tirará todas as suas dúvidas de maneira calma e sem pressa, em um ambiente acolhedor e livre de julgamentos.
Veja depoimentos de pacientes da Dra. Giulia:
Transmissão da clamídia
A clamídia é transmitida principalmente através do contato sexual desprotegido, incluindo vaginal, anal e oral. A transmissão também pode ocorrer de mãe para filho durante o parto vaginal.
O uso de preservativos reduz significativamente o risco de transmissão, mas não o elimina completamente, especialmente se não forem usados corretamente ou em todas as relações sexuais.
Formas de apresentação em mulheres
Na maioria das mulheres, a infecção por clamídia é assintomática. No entanto, algumas mulheres podem manifestar sintomas de cervicite aguda ou de Doença Inflamatória Pélvica (DIPA)
Cervicite aguda
A cervicite aguda é a infecção do colo do útero. Os sintomas mais comuns são:
- Corrimento vaginal anormal, com aspecto de pus.
- Sangramento vaginal fora do período menstrual.
- Sangramento vaginal durante ou após a relação sexual.
- Dor durante a relação sexual (dispareunia).
- Desconforto ou dor pélvica.
- Sintomas urinários como dor ou ardência ao urinar.
Diagnóstico da cervicite aguda
O diagnóstico da cervicirte aguda por clamídia é feito através de uma combinação do exame clínico com exames laboratoriais. O método mais comum é o PCR, que detecta o DNA da Chlamydia trachomatis em amostras de secreções do colo do útero.
Tratamento da cervicite aguda
O tratamento da cervicite causada por clamídia envolve o uso de antibióticos. Atualmente, o tratamento mais indicado é feito com doxiciclina.
Quando exames laboratoriais não estão disponíveis, é indicado também o tratamento da gonorreia com ceftriaxone, já que os sintomas dessas duas infecções são muito semelhantes.
Doença Inflamatória Pélvica (DIPA)
A Doença Inflamatória Pélvica (DIPA) é uma complicação séria da clamídia, ocorrendo quando a infecção ascende do colo do útero para os órgãos reprodutivos superiores.
Assim, a DIPA pode causar:
- Endometrite: infecçção do endométrio, a camada de revestimento interno do útero
- Salpingite: infecção das tubas uterinas (trompas)
- Abscesso tubo-ovariano: uma bola de pus nos ovários e trompas.
Os sintomas podem variar de leves a graves e incluem:
- Dor abdominal intensa.
- Febre.
- Corrimento vaginal anormal, com aspecto de pus.
- Sangramento fora do período menstrual.
- Sangramento durante e após a relação sexual.
- Dor durante a relação sexual.
- Sintomas urinários como dor ou ardência ao urinar.
Em alguns casos, a DIPA pode ser assintomática, evoluindo de forma crônica. Nesses casos, ela pode causar cicatrizes e aderências na pelve, causando obstrução nas trompas. Isso causa infertilidade e aumenta o risco de gestação ectópica.
Diagnóstico da DIPA
O diagnóstico de DIPA pode ser desafiador e geralmente é baseado em achados clínicos, exames laboratoriais e estudos de imagem:
- Exame físico: Sensibilidade à palpação dos anexos e dor à mobilização do colo uterino.
- Exames laboratoriais: Leucocitose (aumento das células de defesa), aumento de PCR e VHS.
- Ultrassonografia pélvica e Tomografia Computadorizada: Podem mostrar abscessos tubo-ovarianos.
Tratamento da DIPA
O tratamento da DIPA deve ser feito com antibióticos. Casos mais leves podem ser tratados ambulatorialmente, e casos mais graves necessitam de internação com antibióticos endovenosos (na veia).
Alguns casos de abscessos tubo-ovarianos, que não melhoram com o uso de antibióticos, devem ser tratados com cirurgia.
Formas de apresentação em homens
A epididimite é a inflamação do epidídimo, uma estrutura localizada atrás do testículo. Nos homens, a clamídia pode causar epididimite, apresentando sintomas como:
- Dor e inchaço no escroto.
- Sensibilidade no testículo afetado.
- Febre baixa.
- Sintomas urinários como dor ou ardência ao urinar.
Formas de apresentação em todas as pessoas
Proctite
A proctite é a inflamação do revestimento do reto. Em pessoas que praticam sexo anal receptivo, a clamídia pode causar proctite, apresentando sintomas como:
- Dor retal.
- Corrimento retal purulento.
- Sangramento retal.
- Urgência e tenesmo (sensação de necessidade de evacuar frequentemente).
Faringite
A faringite por clamídia ocorre devido ao sexo oral desprotegido e pode apresentar-se com sintomas leves ou ser assintomática. Quando sintomática, pode incluir:
- Dor de garganta.
- Vermelhidão e inchaço na garganta.
- Linfadenopatia cervical (inchaço dos gânglios linfáticos no pescoço).
Linfogranuloma Venéreo (LGV)
O LGV é uma forma invasiva de clamídia. Os sintomas ocorrem em três estágios:
- Estágio primário: Pequena úlcera indolor no local da infecção (pênis, vagina, reto).
- Estágio secundário: Linfadenopatia inguinal dolorosa (inchaço dos gânglios da virilha) e formação de bubões (abscessos que às vezes drenam pus)
- Estágio terciário: Inflamação crônica e cicatrização, levando à obstrução linfática e fibrose.
Artrite Reativa (Síndrome de Reiter)
A artrite reativa, ou síndrome de Reiter, é uma complicação autoimune pós-infecção, frequentemente associada à clamídia. Os sintomas incluem:
- Artrite assimétrica (um lado incha mais que o outro), geralmente afetando joelhos, tornozelos e pés.
- Uretrite ou cervicite.
- Conjuntivite ou uveíte anterior.
- Lesões cutâneas.
Conjuntivite Neonatal
A conjuntivite neonatal ocorre quando a clamídia é transmitida de mãe para filho durante o parto vaginal. Os sintomas geralmente aparecem entre 5 a 14 dias após o nascimento e incluem:
- Secreção purulenta nos olhos.
- Inchaço das pálpebras.
- Hiperemia conjuntival (vermelhidão nos olhos).
O tratamento da conjuntivite neonatal por clamídia é feito através de antibióticos.
Prevenção
A prevenção da clamídia é crucial, especialmente devido às possíveis complicações que podem surgir se a infecção não for tratada. Algumas medidas importantes para prevenir a infecção incluem:
- Uso de preservativos: O uso correto e consistente de preservativos durante todas as formas de atividade sexual (vaginal, anal e oral) pode reduzir significativamente o risco de transmissão da clamídia. É importante verificar a integridade do preservativo e usá-lo durante todo o ato sexual.
- Testagem regular: Realizar testes regulares de ISTs é fundamental, especialmente para pessoas sexualmente ativas com múltiplos parceiros. A testagem regular permite a detecção precoce e o tratamento adequado, prevenindo a propagação da infecção e complicações de saúde.
- Comunicação com parceiros sexuais: É importante informar os parceiros sexuais sobre diagnósticos de clamídia para que eles possam ser testados e tratados, se necessário.
- Triagem em grávidas: A triagem de clamídia em todas as grávidas, especialmente no início da gestação, pode prevenir a transmissão vertical da infecção para o recém-nascido. Mulheres grávidas diagnosticadas com clamídia devem ser tratadas adequadamente para evitar complicações como conjuntivite neonatal.
Precisando de ajuda?
Olá! Sou a Dra. Giulia Cerutti, médica ginecologista, especializada em oncologia ginecológica.
Realizo atendimentos em ginecologia para mulheres de todas idades, atuando na prevenção, diagnóstico e tratamento clínico e cirúrgico das mais diversas doenças ginecológicas.
Busco dar um atendimento individualizado e que atenda as minhas pacientes de maneira integral, com avaliação não somente da sua saúde física, mas também da sua saúde mental. Comigo, você terá participação na decisão de seu tratamento, não sendo esta decisão exclusividade médica.
Quer me conhecer melhor? Clique aqui para saber o que pacientes reais falam sobre mim!
Você também pode se interessar por:
Imagens meramente ilustrativas (Banco de imagens: Shutterstock)
